CLOSE
Foto: The Organic Center
outubro 31, 2017

Relatório traz resultados preocupantes sobre o uso de agrotóxicos em alimentos

  • Por Cintia Lima

A ONG Greenpeace divulgou nesta terça-feira, 31, o relatório “Segura este abacaxi! – os agrotóxicos que vão parar na sua mesa” contendo os resultados de testes de resíduos de agrotóxicos em alimentos comumente encontrados na alimentação da população brasileira.

Foram testadas amostras de 12 alimentos, são eles: mamão formosa, tomate, couve, pimentão verde, laranja-pera, banana-prata, banana-nanica, café, arroz integral, arroz branco, feijão-preto e feijão-carioca. Um total de 113 quilos de alimentos foram coletados em São Paulo e Brasília, e dividido em 50 amostras. Os testes toxicológicos foram realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo.

Das amostras analisadas, 60% apresentaram resíduos de agrotóxicos, sendo que em diversas amostras foram encontrados mais de um tipo de agrotóxico. A presença de diferentes tipos de agrotóxicos, segundo o relatório, pode acarretar o “efeito coquetel” (mistura de diferentes substâncias químicas), cujos efeitos à saúde podem ser diferentes daqueles causados pelo resíduo do agrotóxico isolado.

Foram encontradas irregularidades em 36% das amostras analisadas, incluindo agrotóxicos não permitidos para a produção do alimento específico, outros acima do limite máximo permitido por lei e um agrotóxico proibido no Brasil. Dos 23 agrotóxicos encontrados, 10 estão proibidos em, pelo menos, um desses países: Austrália, Canadá, Estados Unidos e Europa.

Veja os problemas mais graves encontrados pela ONG:

 


Para ter acesso aos resultados completos divulgados pelo Greenpeace, clique aqui.

Em 2016, a ANVISA divulgou os resultados do levantamento de resíduos de agrotóxicos em alimentos consumidos em diversas regiões do Brasil. Alimentos como laranja, abacaxi, couve e uva apresentaram os resultados mais críticos. Veja aqui o post completo.

Diversos estudos indicam os impactos que o consumo de resíduos de agrotóxicos podem causar à saúde do consumidor, além de danos ao meio ambiente. A exposição constante aos agrotóxicos pode estar relacionada ao surgimento de câncer, aborto, doenças neurológicas, desregulação hormonal, malformação, entre outros.

A preferência por alimentos orgânicos vem se mostrado a melhor alternativa para a prevenção de agravos à saúde da família, principalmente das crianças. Além de estimular a agricultura familiar e a agroecologia (modelo de produção de alimentos que respeita os processos naturais de um ecossistema, evitando impactos na natureza e na vida), o aumento do consumo de alimentos orgânicos contribuirá para a redução do custo desses alimentos.

 

Encontrou alguma informação errada ou desatualizada? Clique aqui